É curioso como nos encontramos, vez ou outra, julgando as escolhas de outras pessoas nas redes sociais, especialmente quando o assunto é perdão. Tome a Iza, com sua história mais recente, por exemplo. Ela decidiu perdoar, seguir em frente, e logo o tribunal da internet se armou de opiniões, apontando o que é certo ou errado. A verdade, como sempre diz minha mãe, é que só quem vive a situação conhece suas nuances. Você sabe disso. Tenho certeza, caro leitor ou leitora, que há algo em sua vida que ninguém compreende, só você. Percebe?

Quando falamos de perdão, não podemos esquecer que ele é uma experiência pessoal e, acima de tudo, complexa. Iza, assim como qualquer um de nós, tem o direito de perdoar, mesmo que isso desafie sua lógica, seu mundo, sua régua de certo ou errado. É fácil, quase automático, julgar de fora. “Eu nunca faria isso”, você pode dizer e comentar nas páginas de fofoca, mas a verdade é que você e muitos de nós já perdoamos comportamentos semelhantes, ou até piores, em nossas próprias vidas.

O que isso nos diz? Que o perdão não é fraqueza. Perdoar é um reconhecimento das complexidades emocionais que nos fazem quem somos. E talvez o desconforto que você sente ao ver alguém perdoar uma traição não seja sobre a traição em si, mas sobre suas próprias inseguranças, seus próprios medos e as feridas mal cicatrizadas que carrega.

Então, relaxe. Relaxe, pois cada história é uma história, e ninguém, absolutamente ninguém, além da própria pessoa, pode dizer o que é certo ou errado para ela. As decisões que tomamos, quando vistas de fora, muitas vezes parecem incompreensíveis. Mas, para quem as vive, elas fazem todo o sentido do mundo.

Ao invés de julgar Iza ou qualquer pessoa que esteja numa situação semelhante, talvez seja mais produtivo voltar o olhar para nós mesmos. Quantas vezes perdoamos? Por quê? E o que essas decisões dizem sobre nós? Pense nisso. E segure o dedo na hora de comentar e ofender alguém que você acha que conhece.