Uma celebração para as guardiãs do sabor baiano

Na última segunda-feira (25), o Centro Histórico de Salvador foi palco de uma grande festa para celebrar o Dia Nacional da Baiana de Acarajé. A programação começou com uma missa especial na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, seguida de um cortejo cheio de cores, um almoço pra lá de especial e apresentações culturais que fizeram a alegria de moradores e turistas.

Durante as comemorações, os Correios lançaram um selo em homenagem a essas profissionais que, há mais de três séculos, são as guardiãs de um dos maiores símbolos da Bahia. O acarajé, além de ser uma iguaria amada por quem visita o estado, é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia e do Brasil.

Reconhecimento e luta por valorização

A presidente da Associação Nacional das Baianas de Acarajé (Abam), Rita Santos, lembrou que a data é uma oportunidade para celebrar e reivindicar. “O dia da baiana é todo dia, mas esta data representa nossa luta por respeito e valorização. Queremos mostrar ao mundo o quanto somos importantes para a cultura e a identidade do Brasil”, destacou Rita, agradecendo o apoio do Governo do Estado.

Turismo e capacitação: fortalecendo tradições

O acarajé, além de seu valor cultural, é uma porta de entrada para o turismo baiano. Segundo Paulo Sobrinho, coordenador do projeto Agô Bahia, mais de 200 baianas foram capacitadas este ano para aprimorar o atendimento e reforçar o papel delas no afroturismo. “Os turistas chegam à Bahia já sabendo da fama do acarajé e querem experimentar. Estamos aqui para valorizar essas guerreiras e melhorar ainda mais essa experiência”, ressaltou.

Miraci Marinho da Paixão, que há 38 anos trabalha como baiana de acarajé na Praça da Sé, emocionou a todos ao relembrar sua trajetória. “Aprendi essa arte com minha mãe e hoje é dia de comemorar. Nós somos a cara da Bahia, reconhecidas e admiradas pelo mundo todo”, afirmou, com orgulho estampado no rosto.